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08
jul
11

Ascensão e Queda da Maior Loja de Discos

Charles Antunes Leite

Colin Hanks, filho de Tom Hanks (Forest Gump) está em processo de captação de recursos para produzir o documentário All Things Must Pass: The Rise and Fall of Tower Records sobre a lendária cadeia de lojas de discos Tower Records.

                               Colin Hanks at Tower Records (Foto: Colin Hanks)
Colin Hanks at Tower Records

Para quem não conheceu ou ouviu falar – a Tower Records era considerada a Disneylândia dos apreciadores de música devido ao tamanho e a variedade do acervo.

Na década de 1940, Russell Salomon começou a vender discos nos fundos da farmácia do pai em Sacramento, Califórnia. A loja de discos seria fundada somente em 1960, no mesmo prédio em que se localizava o Tower Theater.

Ascensão

Além de LPs, fitas K7 e CDs, com o passar dos anos foram incorporados DVDs, videogames, acessórios e aparelhos eletrônicos ao mix de produtos das lojas. Em algumas unidades da rede haviam produtos direcionados ao perfil dos clientes. Uma das lojas de Nova Iorque, localizada próxima ao Lincoln Center, oferecia grande variedade de títulos de música erudita e jazz visando atender  profissionais e estudantes de música.

                                          O logo e o slogan da Tower Records

Os brasileiros que colecionavam discos, em viagem aos Estados Unidos, tinham como parada obrigatória a Tower. Na loja de quatro andares instalada na esquina de East 4 St com a Broadway, podia-se passar uma tarde inteira fuçando as gôndolas em busca de novidades ou itens para completar a coleção.

Em 1994, período de maior expansão da rede e também austeridade econômica do Brasil –imagine a minha satisfação, abrindo uma mala recheada de CDs trazidos sem os estojos (para diminuir o peso e aproveitar o espaço).

A cadeia ultrapassou as fronteiras, inclusive oceânicas, chegou a ter lojas no Reino Unido, Irlanda, Japão, Hong Kong, Taiwan, Cingapura, Coréia do Sul, Tailândia, Malásia, Filipinas, Israel, Emirados Árabes Unidos, Canadá, México, Colômbia, Equador e Argentina.

O diferencial

Enquanto nas demais lojas o cliente encontrava alguns casulos destinados aos principais artistas, na Tower a variedade era tão grande que nomes como Frank Zappa e John Coltrane tinham balcões inteiros para expor os títulos em catálogo. Era natural encontrar algum artista autografando álbuns ou mesmo ao seu lado escolhendo discos nas gôndolas.

O expediente das lojas era até meia-noite, todos os dias da semana. Os atendentes eram conhecedores de música e possuíam identificação com a empresa. Alguns chegaram a tatuar o número de registro funcional. Há um boato que o filme Empire Records foi escrito por um ex-funcionário da Tower Records.

Declínio

Nem todos viam a Tower com bons olhos. Havia clientes que criticavam os atendentes pela superficialidade de suas indicações. A loja por suas dimensões era tida como “mainstream” e os produtos eram mais caros que em lojas menores. A compactuação com a postura inflexível das gravadoras “majors”  aos apelos dos consumidores pelo barateamento dos álbuns pode ter sido um dos fatores para a derrocada desse império do disco.

Em 2000, a Tower faturou 1 bilhão de dólares, mas quatro anos depois já se avistava o rombo causado pela agressiva expansão na década de 1990, concorrência com outras redes e a pirataria digital. Dívidas acumuladas em mais de 100 milhões de dólares fizeram com que, em 2006, a empresa fosse liquidade e leiloada. No dia 22 de dezembro, a última loja Tower, em solo americano, cerrou suas portas.

Promoção de CDs na semana do fechamento da Tower

A Tower Records foi a primeira loja física a ter um site de vendas (1995) e que foi vendido ao grupo Caiman Inc. no leilão da empresa em 2006. Ele voltou a operar em 2007, com sede no Canadá. Algumas lojas físicas ainda estão funcionando fora dos Estados Unidos como é o caso das lojas da Tower Records Japan, que não tem vínculos com o site – estão sob comando de um grupo empresarial japonês.

O documentário

O filme pretende mostrar a influência da Tower Records para os consumidores de música e a importância econômica da rede que foi responsável por grande parte do faturamento da Indústria Fonográfica nos bons tempos, e que no início do século 21 começou a ruir.

Colin Hanks por meio de uma ação de “crowdfunding” (financiamento colaborativo) está captando recursos financeiros para custear a produção. Aqueles que contribuírem com doações terão, dependendo do valor, seus nomes nos créditos, vinil, camiseta, DVD autografado. Contribuições superiores a dois mil dólares terão direito a um kit que inclui par de convites VIPs para estreia mundial no Tower Theater, em Sacramento, onde tudo começou.

Fontes consultadas para a matéria:

All Things Must Pass: The Rise and Fall of Tower Records by Colin Hanks
Guest Post: Colin Hanks and All Things Must Pass by Colin Hanks
Kickstarter Funding for a Tower Records Documentary Film by Steve Guttenberg
Legendary Music Chain Tower Records Closes Doors Forever by Charles Andrews
For Tower Records, End of Disc by Paul Farhi

2006 And The Death of Tower Records by Neda Ulaby
Tower.com Purchased by Caiman ByVivien Schweitzer

20
jun
11

CD: Born Again – Deluxe Edition, Black Sabbath (2011)

RELANÇAMENTO

Charles Antunes Leite

Born Again é um caso à parte na discografia do Black Sabbath, banda que já contou com dois grandes vocalistas e que dividem a preferência dos  fãs: Ronnie James Dio (R.I.P) do Rainbow substituiu Ozzy Osbourne que partiu para carreira solo. Após o terceiro disco com o Sabbath, Dio foi dispensado (dizem as más línguas!) por ter sabotado a mixagem do último trabalho privilegiando os vocais na gravação.

Ian Gillan (Deep Purple) em carreira solo desde 1973 é convidado para a vaga, e além de desempenhar com competência a função, ainda é responsável pelas letras das canções. Born Again traz na capa a ilustração de um bebê, que carinhosamente chamo de “Bebê de Rosemary”, e conta com a volta do baterista original Bill Ward.

Trashed poderia ser definida como uma música do Deep Purple mais encorpada, sem o teclado de Jon Lord, mas  com os riffs rápidos e cortantes de Tony Iommi. The Dark  funciona como introdução para Disturbing the Priest – canção tenebrosa  e sarcástica em meio a distorção e peso.A instrumental Stonehenge é um prelúdio para os riffs hipnóticos e característicos do Sabbath em Zero the Hero.

O alcance vocal de Gillan mostra sua força nos seis minutos de Born Again, faixa tema o álbum, com andamento lento e mais um solo de Iommi – um dos grandes momentos do disco em que o Sabbath mergulha nas suas origens.

Born Again é ame ou odeie. Os fãs radicais levantam a bandeira de Ozzy ou Dio, mas devem ouvir sem preconceitos o trabalho de Ian Gillan, um dos maiores vocalistas do rock,  no auge. Digital Bitch é suja e cortante como alguma faixa do Judas Priest. Born Again peca pela produção, talvez por isso, muitos fãs torcerem o nariz e renegarem o disco.

O CD bônus captura a apresentação no Festival de Reading, em agosto de 1983. Bill Ward não participou da turnê e Bev Bevan (ELO) ocupa a vaga do baterista. O “set list” é composto por alguns clássicos da banda de Tony Iommi,  e de quebra o Sabbath com Gillan interpretam Smoke on the Water do Deep Purple, na época, ex-banda do vocalista. O repertório antigo pode causar certa estranheza, porém são interpretações honestas e vibrantes.

Ao término da turnê Bev Bevan e Ian Gillan deixaram a banda. Gillan, afastado desde 1973, aceita voltar para a formação clássica do Deep Puple para gravar Perfect Strangers (1984). O Sabbath, depois de vários testes com vocalistas, efetiva Tony Martin. Dio ainda voltaria a assumir os vocais em Dehumanizer (1992).

Tracking List

Disc 1:

1. Trashed
2. Stonehenge
3. Disturbing The Priest
4. The Dark
5. Zero The Hero
6. Digital Beach
7. Born Again
8. Hot Line
9. Keep it Warm

Disc 2:

1.  The Fallen
2.  Stonehenge (Extended Version)
3.  Hot Line (Live At Reading Festival, August 1983)
4.  War Pigs
5.  Black Sabbath
6.  The Dark (Live At Reading Festival, August 1983)
7.  Zero The Hero (Live At Reading Festival, August 1983)
8.  Digital Bitch ((Live At Reading Festival, August 1983)
9.  Iron Man
10. Smoke On The Water
11. Paranoid

CD: Born Again – Deluxe Edition, 2011
Artista: Black Sabbath
Gravadora: Sanctuary


20
maio
11

Em breve, filme sobre o clube CBGB

Charles Antunes Leite

  • O lendário clube CBGB, marco zero da cena punk novaiorquina, terá sua história contada nas telas de cinema.  O palco da casa serviu para catapultar a carreira de artistas como Ramones, Blonde, Television e Talking Heads, em início de carreira.

          Ramones tendo o CBGB ao fundo

Inicialmente, o clube pretendia atender ao público de Country, Blue Grass e Blues, daí o nome abreviado para CBGB. O longa abordará o período de 1974 a 1976, em que o espaço adquiriu a fama para si e para os músicos que lá se apresentaram.
O CBGB se viu obrigado a fechar as portas em 2006, mesmo sob protestos e manifestações semelhantes ao caso do Belas Artes em Sampa.
Fonte: Billboard

  • Keith Richards revelou no programa Late Night With Jimmy Fallon, na última quinta-feira, que está preparando um álbum com músicas inéditas acompanhado pela banda X-pensive Wines. Richards já gravou outros dois discos solo: Talk Is Cheap (1989) e Main Offender (1992).

Fonte: Lokaos Rock Show

  • Deep Purple And Beyond: Scenes From The Life Of A Rock StarAlém do Deep Purple: Cenas da Vida de uma Estrela do Rock) é o nome da autobiografia do baixista Glenn Hugues.  O músico também tocou com o Black Sabbath antes de seguir carreira solo.

O livro escrito em parceria com Joel McIver foi lançado pela Foruli Publications e a introdução é de Lars Ulrich, baterista do Metallica.
Fonte: Blabbermouth.net

08
maio
11

LP: So, Peter Gabriel (1986)

Charles Antunes Leite

ÁLBUM CLÁSSICO

O disco So (1986) completa 25 anos de lançamento este mês. Foi com esse quinto trabalho com músicas originais que Peter Gabriel conseguiu atingir êxito mundial na carreira solo.

O Peter Gabriel mais experimental e de raízes progressivas se aproxima do pop (mais elaborado) tão perseguido pelo colega de banda Phil Collins. Ele dividiu a produção com  Daniel Lanois (U2), que também tocou guitarra no álbum, e contou com um grupo de músicos que incluía o baixista Tony Levin e os bateristas Stewart Copeland (The Police)  e Manu Katché .

Sledgehammer é um caso à parte. O mega hit que frequentou pistas de dança – trazia o timbre vocal semelhante ao de Steve Winwood,  cozinha funk acompanhada pelo naipe de metais e backing vocal de black music – era difícil ficar parado quando tocava. O Clipe da música, vinha na vanguarda do artista Peter Gabriel, concebido sob colagens feitas em animação stop motion, e que incluía na equipe de animação Peter Lord e Nick Park que dirigiriam A Fuga das Galinhas (2000). As técnicas utilizadas naquela época, na atualidade são até simplórias, porém obras de arte são atemporais. O vídeo clipe levou nove prêmios MTV, em 1987.

O dueto Don’t Give Up com Kate Bush é um momento mais reflexivo – a letra fala das derrotas e da necessidade de reunir forças para tentar novamente. Em Mercy Street, a percussão leve (surdo, triângulo e congas tocados pelo brasileiro Djalma Correa) acompanham as palavras sussurradas por Gabriel – que ficou conhecida no Brasil, numa interpretação de Ritchie, incluída na trilha sonora da minisérie O Sorriso do Lagarto.

In Your Eyes  conta com o vocal do camarada senegalês Yossou N’Dour e foi incluída no filme Digam o Que Quiserem (Say Anything, 1989) com o John Cusack; Red Rain e Big Time dispensam comentários ao lado das outras duas faixas que não chegaram a ser executadas em FMs. So foi relançado com uma faixa bônus em CD e vinil remasterizado de 200 gramas, em 2003, no Reino Unido.

Lado A
1. Red Rain
2. Sledgehammer
3. Don’t Give Up
4. That Voice Again
Lado B
1. In Your Eyes
2. Mercy Street
3. Big Time
4. We Do What We’re Told (Milgram’s 37)

LP: So, 1986
Artista: Peter Gabriel
Gravadora: Virgin – RCA

05
maio
11

Enciclopédia Metallica, uma biografia e alguns discos

Charles Antunes Leite

A Editora Beast Books, especializada em livros de rock, está lançando a Enciclopédia Metallica em português. São mais de 190 páginas com verbetes relacionados a um dos maiores nomes do rock. Em ordem alfabética estão compiladas informações referentes a banda como músicas, discos, integrantes – repleto de ilustrações e fotos. São  curiosidades dos 30 anos de carreira do grupo. O livro foi escrito pelos jornalistas ingleses Malcolm Dome e Jerry Ewing (que passaram por grandes publicações do gênero como Kerrang!, Raw e Vox).
Fonte: Beast Books

Steven Tyler, o vocalista do Aerosmith,  lança dia 9, o seu segundo single solo (It) Feels So Good. A faixa será vendida no formato digital pelo iTunes e o clipe será apresentado no American Idol, programa em que Tyler é um dos jurados. Há dois anos, ele teve que procurar uma clínica para se livrar do vício em analgésicos. O envolvimento com drogas não é novidade na vida do músico que, no auge do Aerosmith, na década de 1970, foi à falência ao perder, inclusive, o avião particular devido aos gastos com drogas. Esse período atribulado faz parte do livro Does the Noise in My Head Bother You?: A Rock ‘n’ Roll Memoir, a autobiografia de Steven Tyler, lançada dia 3.
Fonte: site NME

O baterista do The Killers, Ronnie Vannucci, lançará em julho Big Talk, o seu primeiro disco solo. Entre os músicos que gravaram com ele, destaque para o baixista Matt Shar (Weezer) e o produtor Alan Moulder (Nine Inch Nails, Smashing Pumpkins e Killers). Em 2010, Brandon Flowers, o vocalista,  já havia lançado o álbum Flamingo. O primeiro single de Vannucci chega às rádios no dia 10 de maio.
Fonte: Music Rooms

Os Red Hot Chili Peppers divulgaram que estão em fase de escolha do material que fará parte do álbum que pretendem lançar em agosto. O último trabalho de estúdio deles foi  Stadium Arcadium (2006). Nesse intervalo, Chad Smith se envolveu no projeto do super grupo Chickenfoot e John Frusciante saiu novamente da banda. Josh Klinghoffer foi recrutado para assumir a guitarra.
Fonte: site NME

08
mar
11

CD: Universal relança catálogo do Queen

Por Charles Antunes Leite

Queen foi uma das bandas mais populares das décadas de 1970 e 1980. Fizeram shows antológicos em estádios e venderam mais de 400 milhões de discos no mundo.

Em 1970, o astrônomo Brian May, o biólogo Roger Taylor e o designer e ilustrador Farookh Bulsara (conhecido como Freddie Mercury) formaram o grupo. Em março de 1971, o professor de eletrônica John Deacon viria a se juntar ao trio.

O grupo trocou a EMI pela Universal Music em 2010 e para comemorar os 40 anos de formação da banda, a nova gravadora relançará, em ordem cronológica, a discografia em três pacotes durante o ano de 2011. Em março, os cinco primeiros discos chegam às lojas em CDs duplos remasterizados com faixas raras, takes alternativos e livretos expandidos com fotos e textos novos.

Queen (1973)

O álbum homônimo é puro rock com sonoridade próxima ao Rainbow, Jimi Hendrix e Led Zeppelin. É um disco mais cru como pode ser notado em Keep Yourself Alive; Son and Daughter e Liar. Mesmo assim, já apresentam baladas como Doing All Right, com guitarra blues. Em My Fairy King, Freddie Mercury mostra seu vocal ornamentado acompanhado pela inconfundível guitarra de Brian May. Nesse álbum, os backing vocals, característica das canções do Queen, acompanham o vocalista em Jesus, balada gospel sobre o Homem de Nazareth.

Faixas bônus: Keep Yourself Alive (De Lane Lea Demo, December 1971);  The Night Comes Down (De Lane Lea Demo, December 1971); Great King Rat (De Lane Lea Demo, December 1971); Jesus (De Lane Lea Demo, December 1971); Liar (De Lane Lea Demo, December 1971) e Mad The Swine (June 1972).

Queen II (1974)

Na capa trazia uma foto tirada por Mick Rock que depois adquiriu movimento no clipe promocional de Bohemian Rhapsody, do álbum A Night at the Opera (1975). O segundo trabalho da banda segue na mesma pegada do primeiro, mas com acréscimo de elementos na fórmula. White Queen é uma balada em que a suavidade da voz e piano são contrapontos para a aspereza do rock, com direito ao solo de May.

Destaque para The March of the Black Queen, que segundo a própria banda, direcionou a composição da obra-prima Bohemian Rhapsody, além de Seven Seas of Rhye, tema que encerra o disco de estreia, e aparece aqui como última música, na sua versão definitiva.

Faixas bônus: See What A Fool I’ve Been (BBC Session, July 1973 – 2011 remix); White Queen (Live at Hammersmith Odeon, December 1975); Seven Seas of Rhye (Instrumental Mix 2011); Nevermore (BBC Session, April 1974) e See What A Fool I’ve Been (B-side version, February 1974).

Sheer Heart Attack (1974)

Inicia com uma fanfarra como música incidental para a pulsante Brighton Rock. Esse seria o primeiro grande êxito do Queen com a ótima Killer Queen; a bela e pouco conhecida Lily of the Valley. A guitarra de May conduz Now I’ M Here e Stone Cold Crazy é prova do DNA roqueiro do grupo, principalmente quando James Hetfield, do Metallica, a cantou no Tributo a Freddie Mercury em 1992.

Faixas bônus: Now I’m Here (Live at Hammersmith Odeon, December 1975); Flick of the Wrist (BBC Session, October 1974); Tenement Funster (BBC Session, October 1974); Bring Back That Leroy Brown (A cappella Mix 2011) e In The Lap of the Gods.. Revisited (Live at Wembley Stadium, July 86).

A Night At The Opera (1975)

ÁLBUM CLÁSSICO

Apesar do sucesso no Reino Unido, foi como o quarto álbum que os britânicos do Queen conseguiram ultrapassar as fronteiras do Atlântico vindo a conquistar os americanos também.

A Night at the Opera une a inclinação erudita de Freddie Mercury à verve roqueira da banda. O disco  abre em ebulição com o rock cortante em que Mercury dispara contra desafetos de forma raivosa em Death on Two Legs.

A paixão do baterista Roger Taylor por automóveis e velocidade é expressa em I’m In Love With My Car – se o carro é considerado símbolo fálico, essa música é pura testosterona. Destaque também para a simplicidade e beleza de You’re My Best Friend, autoria do tímido baixista John Deacon.

Mercury compôs Love Of My Life inspirado em Mary Austin, a melhor amiga dele, e por isso considerada o amor da vida do cantor, que se tornou um dos temas mais populares e frequentes em seus shows.

Brian May concebeu Good Company inspirado no Dixieland, o jazz tocado no início do século 20. A sonoridade dos instrumentos de sopro foi executada pela guitarra manipulada em estúdio.

Nesse disco está a operística Bohemian Rhapsody, o genuíno rock progressivo, com as vozes dos integrantes dobradas e a complexidade harmônica – rendeu um dos singles mais vendidos e uma das músicas mais intensas e completas de todos os tempos.

O Queen atingiu o ápice com as experimentações harmônicas e efeitos de gravação inspirados nos trabalhos dos Beatles com George Martin. A banda inventiva e dedicada, tanto em estúdio quanto no palco, trabalhou com a variedade de estilos sem perder a unidade e sonoridade característica do grupo. Com A Night at the Opera alcançaram a fórmula do “rock de arena” que seria copiada por outras bandas.

Nos concertos, Freddie Mercury regia, de forma comovente, milhares de pessoas em estádios, o que seria uma constante  até a morte do vocalista em 24 de novembro de 1991. Para fechar o álbum, a música que viria a ser usada para encerrar os shows, a versão de Brian May para o hino da Inglaterra: God Save The Queen!

Faixas bônus: Keep Yourself Alive (Long-Lost Retake, June 1975); Bohemian Rhapsody (Operatic Section A cappella Mix 2011); You’re My Best Friend (Backing Track Mix 2011); I’m In Love With My car (Guitar & Vocal Mix 2011); ’39 (Live at Earl’s Court, June 1977) e Love Of My Life (South American Live Single, June 1979).

A Day at the Races (1976)

Na abertura mostra a face hard rock do Queen com Tie Your Mother Down. A confessional You Take My Breath Away cantada ao piano, uma das marcas de Freddie Mercury, assim comoThe Millionaire Waltz é um prelúdio para You and I. O complexo arranjo vocal fez de Somebody to Love uma das músicas mais populares do repertório do Queen.

Faixas bônus: Tie Your Mother Down (Backing Track Mix 2011); Somebody To Love (Live at Milton Keynes, June 1982); You Take My Breath Away (Live in Hyde Park, September 1976); Good Old-Fashioned Lover Boy (Top of the Pops, July 1977) (Mono) e Teo Torriatte (Let Us Cling Together) (HD Mix).